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Lutar nas duas rodas motrizes

Sandro Teixeira arranca para o Rali da Madeira “levando em conta o campeonato, mas determinado a lutar pelas melhores posições adentro das duas rodas motrizes. Nesta prova também vamos integrar a Peugeot Rally Cup Iberica e também aí gostávamos de andar nos primeiros lugares. Vamos tentar andar na frente neste rali em que de fora vêm novos adversários que teremos de ver como evoluem e termos novas referências. No fundo, será um desafio ainda mais alargado que, espero, corra bem para todos”. Com 40 anos de idade, Sandro Teixeira fez a sua estreia em ralis em 2022 com um Toyota Yaris. Ainda nesse ano, passou então para os comandos de um Citroën C2 R2 que utilizou até ao final da temporada passada. Obteve sempre bons resultados adentro da classe e em 2024 foi o segundo classificado no Troféu Eng. Rafael Costa. Esta época está ao volante de um Peugeot 208 Rally4 e lidera o campeonato madeirense para utilizadores de viaturas de duas rodas motrizes.

Festejar 40 anos de Rali com título Master

  José Camacho celebra neste Rali da Madeira 40 anos de participação consecutiva na prova. Com o seu Skoda Fabia R5, o piloto deseja “como sempre, dar o meu melhor e ser campeão Masters já nesta prova. Este campeonato foi uma muito boa iniciativa pois somos muitos os pilotos com mais de 50 anos a animar os ralis. Nesta participação vamos manter aquele que é o nosso método, realizar muito trabalho “de casa” e depois tentar dar tudo o que temos no decorrer do evento. Este ano teremos menos classificativas mas estas serão mais extensas. Goto bastante da nova Ponta do Sol apesar de esta exigir muito motor…” Com 62 anos de idade, José Camacho estreou-se nos ralis em 1985 com um Ford Escort RS 2000. Passou então para os comandos de um Peugeot 205 GTi e foi com esse modelo, já na versão 1.9, que foi bicampeão madeirense de ralis em 1990 e 1991. Passou depois pelo volante de inúmeros modelos e, mesmo não tendo participações regulares no campeonato insular, esteve sempre à partida do Rali da Madeira, o que fará este ano pela 41ª vez, e é o recordista de presenças na organização do Club Sports da Madeira. Camacho este ano só não venceu a classificação Master no Rali da Calheta e é o líder destacado do respetivo campeonato.

Um rali trabalhoso

Carlos Ferreira alinha no Rali da Madeira com o seu habitual Opel Corsa Rally4. O objetivo passa por “chegar ao final sem percalços. No entanto, sempre com a preocupação de estarmos num bom lugar da tabela classificativa. Queremos também um bom lugar para o campeonato. Não tanto nas duas rodas motrizes, em que é difícil subirmos, mas no do grupo RC4. Esta é também uma prova em que temos adversários de fora, com quem e com cujos carros nos podemos comparar. Implica um bom treino também físico e psicológico, é mais trabalhoso e ainda terei a preocupação de ajudar as minhas filhas. Pena é que a Boaventura não tenha voltado…” Carlos Ferreira tem 45 anos de idade e estreou-se nos ralis há apenas dois anos com um Citroën DS3 R1. Esteve depois ao volante de um Peugeot 306 S16 e de um Peugeot 208 R2, viatura com que terminou a época de 2023 e utilizou em todas as suas participações em 2024. Em 2025 está aos comandos de um Opel Corsa Rally4 que estreou no último evento do campeonato do ano passado. Ferreira segue na segunda posição do campeonato regional de duas rodas motrizes e do grupo RC4.

Ponta do Sol com novo traçado

Uma das novidades da 66ª edição do Rali da Madeira é o novo traçado de Ponta do Sol, a ser cumprida por duas vezes no sábado, 2 de agosto. Com 15,20 km é a segunda classificativa mais extensa da organização do Club Sports da Madeira e reflete bem a encosta madeirense, indo do mar à serra. O troço cronometrado tem início poucas dezenas de metros acima da praia da Madalena do Mar e termina à chegada ao planalto do Paúl da Serra, após passagem pelo Carvalhal. É uma classificativa com particularidades interessantes. É quase toda em subida, exceção feita a um pequeno trecho na zona da Ribeira da Madalena, e apresenta um importante desnível entre a partida e a meta, 1.360 metros. O seu traçado também combina zonas lentas e técnicas com outras bastante rápidas. O arranque é dado a 53 metros de altitude e o local de cronometragem está colocado nos 1413 metros. Como é uma novidade absoluta na sua primeira metade, poderá permitir aos pilotos forasteiros não terem tanta desvantagem face ao conhecimento exímio do percurso dos pilotos locais.

Os nomes do Rali

A 66ª edição da prova organizada pelo Clubs Sports da Madeira estreia uma nova denominação, Rali da Madeira. Este é o terceiro nome que o evento recebe desde a sua criação. Uma história de imperativos promocionais e/ou comerciais assim como de tendências. A prova nasceu em 1959 inserida na vontade de promover o destino e adotou a denominação de Volta à Ilha da Madeira em Automóvel. Num mundo internacionalmente francófono, havia a moda de adotar e traduzir os famosos “Tour” de outras paragens assim como a própria ideia de uma volta à Madeira atestava uma rede viária que, há não muito tempo, permitia a circulação rodoviária em redor da ilha e ligando todos os concelhos. Contando com a presença de pilotos nacionais, o evento levou logo na sua estreia o nome do destino ao todo português. A prova conquistou fama internacional e todos os madeirenses a conheciam pura e simplesmente por A Volta. No entanto, o paradigma mudou e o rali passou a integrar o campeonato europeu da especialidade. Com ainda maior repercussão internacional, foi decidido promover um dos mais apetecidos produtos madeirenses, o seu vinho. Em 1982, ano de transição, a prova exibia duplo nome mas em 1983 assumiu-se a sério como Rali Vinho da Madeira. Também aqui se seguiu o que vigorava um pouco em todo o mundo em que as bebidas alcoólicas ainda surgiam associadas ao mundo da competição automóvel. Em 2025, passamos a ter o Rali da Madeira. Uma alteração que visa impulsionar o evento a novos patamares, reforçando o seu prestígio internacional e o seu impacto na economia regional e na promoção turística da Madeira. Esta é igualmente uma tendência internacional em que as provas trocaram os nomes com que cresceram e se afirmaram por outro que a faz representar uma região ou um país. E também concede àquela que muitas vezes era a sua denominação fora da ilha. Para os madeirenses, será novo exercício de adaptação. Nas suas muitas conversas sobre o rali, depois de reprimir “A Volta” pelo “Vinho Madeira”, agora será vez de esquecer o “Vinho”. Ao menos nessas conversas…

66º Rali da Madeira apresentado

Foi apresentada a 66ª edição do Rali da Madeira esta tarde na sede do Club Sports da Madeira, entidade que leva o evento à estrada desde 1959. José Paulo Fontes, presidente da comissão organizadora da prova, agradeceu “o apoio incondicional do governo da Madeira a este evento que mais promove a Madeira e mais mobiliza a população”. Aquele dirigente relembrou também “todo o apoio da Câmara Municipal do Funchal, não só pelo apoio financeiro mas pela colaboração em toda a operação logística”. Fontes falou então do rali “que mantém a mesma estrutura, exceção feita ao facto de ter menos duas classificativas. Devido às consequências e condicionalismos de ser disputado numa zona habitacional, retiramos Câmara de Lobos. Apesar disso, a extensão competitiva do rali quase se mantém pois aumentamos Ponta do Sol, um troço cronometrado à moda da Madeira, do mar à serra, da Madalena do Mar ao Paúl da Serra. Devido ao tamanho da caravana, a Praça do Município, no Funchal, já não tinha dimensão para receber os parques fechados que, em 2025, serão no parque de estacionamento do Savoy. Apesar de – à hora – ainda não terem encerrado as inscrições, contamos com cerca de 96 inscritos. Tínhamos todo o rali estruturado para 85 participantes. Tantas equipas representam mais de uma hora e meia de passagem de concorrentes nas classificativas e isso poderá nos obrigar a rever, na hora, o fecho e abertura das estradas. Por isso, aconselhamos os espetadores a se deslocarem com tempo para que a segurança esteja garantida. Teremos nesta edição 25 viaturas Rally2 e, para além dos animadores do Campeonato de Portugal e Madeira, também Duiego Ruiloba e Simone Campedelli”. Helena Leal, vereadora da Câmara Municipal do Funchal deu “os parabéns à organização por ter colocado a fasquia tão elevada. O município manterá em 2025 não só o seu apoio financeiro mas também logístico a este evento que leva o nome da Madeira e do Funchal bem alto e um pouco por todo o mundo. Esta é também uma prova que demonstra a dinâmica das nossas gentes”. José Manuel Rodrigues, secretário regional da economia, demonstrou “a satisfação de mais uma vez apoiar o Rali da Madeira, desta feita através da Secretaria Regional da Economia. Esta é uma festa do desporto e um acontecimento na vida da população e na economia regional. O rali tem grande impacto positivo em todo o território regional não só que no que toca à coesão mas também na promoção da Madeira. Tal contexto justifica os apoios atribuídos, que já não eram revistos e atualizados há algum tempo. Resta apelar a todo o povo o maior cuidado para que este rali seja mais um sucesso”.

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