Os nomes do Rali

Lido

Os nomes do Rali

A 66ª edição da prova organizada pelo Clubs Sports da Madeira estreia uma nova denominação, Rali da Madeira. Este é o terceiro nome que o evento recebe desde a sua criação. Uma história de imperativos promocionais e/ou comerciais assim como de tendências.

A prova nasceu em 1959 inserida na vontade de promover o destino e adotou a denominação de Volta à Ilha da Madeira em Automóvel. Num mundo internacionalmente francófono, havia a moda de adotar e traduzir os famosos “Tour” de outras paragens assim como a própria ideia de uma volta à Madeira atestava uma rede viária que, há não muito tempo, permitia a circulação rodoviária em redor da ilha e ligando todos os concelhos. Contando com a presença de pilotos nacionais, o evento levou logo na sua estreia o nome do destino ao todo português. A prova conquistou fama internacional e todos os madeirenses a conheciam pura e simplesmente por A Volta.

No entanto, o paradigma mudou e o rali passou a integrar o campeonato europeu da especialidade. Com ainda maior repercussão internacional, foi decidido promover um dos mais apetecidos produtos madeirenses, o seu vinho. Em 1982, ano de transição, a prova exibia duplo nome mas em 1983 assumiu-se a sério como Rali Vinho da Madeira. Também aqui se seguiu o que vigorava um pouco em todo o mundo em que as bebidas alcoólicas ainda surgiam associadas ao mundo da competição automóvel.

Em 2025, passamos a ter o Rali da Madeira. Uma alteração que visa impulsionar o evento a novos patamares, reforçando o seu prestígio internacional e o seu impacto na economia regional e na promoção turística da Madeira. Esta é igualmente uma tendência internacional em que as provas trocaram os nomes com que cresceram e se afirmaram por outro que a faz representar uma região ou um país. E também concede àquela que muitas vezes era a sua denominação fora da ilha.

Para os madeirenses, será novo exercício de adaptação. Nas suas muitas conversas sobre o rali, depois de reprimir “A Volta” pelo “Vinho Madeira”, agora será vez de esquecer o “Vinho”. Ao menos nessas conversas…