Uma as curiosidades da 65ª edição o Rali Vinho da Madeira será a participação, pelas mãos de Alexandre Camacho, do Toyota GR Yaris Rally2, modelo que cumprirá no evento os seus primeiros quilómetros na ilha bem como em provas de asfalto do campeonato nacional da modalidade. O modelo da marca nipónica é o último homologado, 1 de janeiro de este ano, no grupo. A viatura de competição foi desenvolvida na estrutura europeia do construtor e tem por base o mesmo modelo de série. É a viatura mais curta da categoria, com 3.995 mm, mas a sua largura e altura estão adentro dos parâmetros habituais do grupo, tal como a caixa de 5 velocidades da SADEV e o peso limitado aos 1.230 kg. O Toyota GR Yaris Rally2 é a única viatura da categoria com um motor de 3 cilindros pois todos os outros dispõem de mais um êmbolo. Se essa característica tem limitado alguns modelos entre os Rally4 numa ilha com tantos declives como a Madeira, uma das dúvidas técnicas do Rali Vinho da Madeira é a forma como o carro criado com a ajuda de Juha Kankunnen se medirá com a concorrência.

Após alguns meses de inatividade, Vítor Sá regressa à competição no Rali Vinho da Madeira acompanhado de Ricardo Ventura num Peugeot 208 Rally4. O objetivo para esta participação na prova que venceu ao nível absoluto em 2004 com um Peugeot 306 Maxi passa por “terminar numa boa posição adentro da Peugeot Rally Cup Ibérica, competição em que volto a estar inscrito este ano. Não teremos qualquer preocupação no domínio dos utilizadores de viaturas de duas rodas motrizes pois sabemos que, ao menos em provas com as características da Madeira, existem pilotos que dispõem de carros muito mais competitivos que o nosso. No domínio do “troféu” Peugeot, em 2023 não conhecia o carro e este ano volto a ter a desvantagem de só ter disputado dois ralis e ter de ganhar ritmo. De qualquer forma, aposto num bom resultado”. Sá conta 59 anos de idade e participou no seu primeiro rali em 1986 com um Renault 5 GT Turbo. Para além de inúmeros títulos de grupo ou classe, o piloto conquistou 11 títulos regionais absolutos, em 1992 com um Ford Sierra Cosworth, em 1999 em Subaru Impreza 555, em 2000 e 2001 ao volante de um Subaru Impreza WRC,  entre 2002 e 2004 num Peugeot 306 Maxi, em 2005 com Peugeot 206 S1600, 2006 em Renault Clio S1600, 2007 a utilizar Fiat Punto S2000 e 2011 com Peugeot 207 S2000.

O piloto italiano Simone Campedelli, inscrito no Rali Vinho da Madeira com Tania Canton num Skoda Fabia RS Rally2, deverá ser um dos pilotos a chegar à ilha com maior ritmo competitivo. A dupla transalpina participou e venceu há pouco mais de uma semana o Rally Internazionale del Casentino e estará no final desta semana no Rally di Roma Capitale, quinta prova do ERC 2024. Campedelli participou nas duas últimas edições do Rali Vinho da Madeira e conta como melhor resultado o quarto posto obtido em 2023.

O espanhol Miguel Garcia traz à Madeira um Peugeot 208 Rally4 e pretende “ganhar a Peugeot Rally Cup Iberica. Vamos na segunda posição em ambas as competições que disputamos naquele que é o nosso primeiro ano com este carro e estamos aprendendo muito. O nosso carro anterior era muito diferente e tivemos que nos adaptar. Esta é a primeira vez em que vou participar no Rali Vinho da Madeira e temos procurado o máximo de informação e visto muito sobre a prova. É muito bonito e parece-me rápido e técnico. Temos muita vontade de o terminar, sendo o mais rápidos possível”. Garcia tem 42 anos de idade e estreou-se nos ralis em 2007 com um Fiat Punto HGT. Desde então que tem militado maioritariamente em competições monomarca e já passou pelo volante de viaturas como o Suzuki Swift, Peugeot 206 XS, Dacia Sandero, Renault Megane Coupé e Renault Clio Rally5. Foi campeão em 2020 na Suzuki Swift Cup,e em 2022 no Clio Trophy Spain. Foi vice-campeão da Suzuki Swift Cup em 2019. Atualmente é segundo classificado tanto na Peugeot Rally Cup Iberica como no Desafio Peugeot (Espanha).

O belga Joachim Wagemans, fazendo equipa com o madeirense Cláudio Gouveia, esteve este fim de semana a competir em França, no Rallye National de la Drome, com o intuito de se familiarizar com a viatura que a dupla utilizará dentro de pouco mais de uma semana no Rali Vinho da Madeira. Com um Alpine A110 RGT da francesa Chazel, a equipa terminou o evento na 11ª posição, a segunda melhor entre os utilizadores de viaturas RGT. Wagemans mostrou-se bastante agradado com a informação recolhida no rali disputado no sudeste de França e que teve como vencedor Jeremi Ancian em VW Polo GTi R5.

Os objetivos de Rui Jorge Fernandes, ao volante de um Renault Clio Rally4, no próximo Rali Vinho da Madeira “passam por não furar (risos) e andar na frente dos Rally4. Até agora o nosso balanço do ano não é positivo pois, apesar de termos estado a liderar a categoria, ainda não obtivemos nenhuma vitória e, com isso, hipotecamos o nosso campeonato. Nesse contexto, devo agradecer todo o importante apoio, nesta fase difícil, da equipa, família e amigos. Agora vamos para a próxima prova para aquele que queremos seja um ato de triunfo e, claro, para nos divertirmos. Parece que vai haver luta no nosso escalão. Para além das equipas que habitualmente competem na Madeira, entre nós vão estar pilotos nacionais e uns quantos “leões ferozes” da copa ibérica da Peugeot, com créditos já firmados e que sabemos ser muito rápidos”. Fernandes conta 34 anos de idade e iniciou-se nos ralis em 2008 com um Skoda Fabia TDi. Apesar de ter estado sempre na discussão das primeiras posições em que esteve inserido, conta apenas com três títulos madeirenses nas duas rodas motrizes, obtidos entre 2020 e 2022 sempre aos comandos de um Renault Clio R3T. Já esteve ao volante de viaturas tão díspares como o Citroën Saxo Cup, Citroën C2 R2, Mitsubishi Lancer Evo VI, Mitsubishi Lancer Evo IX ou Ford Escort RS 2000.

No seu compromisso ambiental para não utilizar materiais plásticos, o Rali Vinho da Madeira introduz naquela que será a 65ª edição do evento, a ter lugar entre os dias 1 e 3 de agosto, um novo sistema de sinalética para o público ao longo das classificativas. Na prova que dentro de duas semanas está na estrada, não existirão em 2024 fitas ou manga plástica mas materiais de reutilização futura noutros eventos do Club Sports da Madeira. A nova sinalética é composta por várias placas onde é comunicado aos espetadores as zonas onde poderá ou não assistir à passagem dos concorrentes nos 15 troços cronometrados em que, ao longo de três dias plenos de emoção, multidões farão questão de estar presentes. Com um código de cores simples, em que o vermelho representa as zonas proibidas e o verde as autorizadas, estas placas dão também indicação dos limites dessas áreas. A Madeira e o Rali Vinho da Madeira têm sido, ao longo de décadas, local de apresentação de várias novidades em termos de segurança e têm contado com a colaboração de uma população e público cooperante. Assim deverá acontecer mais uma vez, com este novo sistema de comunicação, num arquipélago que se preocupa e caminha com a sua sustentabilidade ambiental.