Lutar pela vitória

João Silva regressa à atividade neste Rali Vinho da Madeira em que “o objetivo é o mesmo do ano passado, lutar pela vitória. Desta vez iremos tripular um carro atual bem como julgamos ter reunido os meios e os recursos para o fazer. Queremos rodar o melhor possível. Claro que temos contra nós a necessidade de nos adaptarmos rapidamente a uma nova viatura que desconhecemos e também estamos parados há muito tempo. No entanto, isso faz parte do jogo”. O piloto tem 32 anos de idade e começou nos ralis em 2007 com um Toyota Yaris. No ano seguinte passou para os comandos de um Citroën C2 R2. Já em 2009 adquiriu um Renault Clio R3 e com esse modelo, que manteve até 2016, foi campeão regional júnior em 2009 e 2010 e o campeonato português de duas rodas motrizes no ano seguinte. De permeio, participou em 2012 nalgumas provas do WRC com um Ford Fiesta R2. Entre 2017 e 2019 esteve com um Citroën DS3 R5 com que obteve os seus triunfos absolutos em ralis regionais e foi vice-campeão regional absoluto em 2017 e 2018. Neste Rali estreia-se aos comandos de um Skoda Fabia R5 Evo.

Lendas do RVM: Lancia 037

Tal como no mundo dos ralis, o Lancia 037 é um carro que ficará para sempre na memória dos madeirenses. O modelo italiano desistiu no seu ano de estreia, 1982 mas entre 1983 e 1986 venceu duas vezes e esteve em mais seis ocasiões no pódio. O seu ruído metálico e as linhas da Pininfarina não deixavam ninguém indiferente ao Lancia Rally, o seu nome oficial, que, contudo, ficaria conhecido como 037, o número do projeto na Abarth. Revelado em 1982, o Lancia Rally 037 resultou de um projeto comum da Abarth, Pininfarina e Dallara e, numa altura em que a tração integral começava a se impor, apostava na racionalização máxima de uma viatura de tração traseira no espírito do grupo B. Tinha dimensões reduzidas (3,9m x 1,85m x 1,25m) e o seu peso estava muito próximo do mínimo permitido, 960 kg. Tinha um motor de quatro cilindros em linha com 1.995 cc e debitava cerca de 515 cavalos na sua versão de injeção. Na sobrealimentação era usado um compressor volumétrico Roots que, em detrimento da potência, privilegiava a entrega de binário.

Lendas do RVM: “Zeca” Cunha

O primeiro piloto a conseguir vencer a Volta à Ilha da Madeira, antiga denominação do Rali Vinho da Madeira, foi “Zeca” Cunha. O piloto conseguiu a proeza em 1965 com um Triumph TR4. Para além de uma rapidez muito grande, Cunha tinha uma postura irreverente que ajudou a construir a sua fama. O piloto foi para toda uma geração um símbolo de velocidade e também um exemplo de irreverência e comportamento dissonante dos cânones da altura. “Zeca” Cunha nasceu em 1944 e começou a prática de automobilismo no começo da década de 1960. Esteve ao volante de viaturas como o Triumph TR4 com que venceu o Rali, Ford Cortina Lotus, Renault 8 Gordini, volvo PV544 e Opel GT. A sua velocidade chamou a atenção dos responsáveis pela Gordini que lhe endereçaram um convite para correr para aquela filial da Renault no estrangeiro. O piloto faleceu na segunda metade dos anos 1980 de morte súbita.

Formação equipa de Controladores

Está a decorrer uma formação para as equipas de controladores que irão participar no Rali Vinho da Madeira. Trata-se de uma formação práctica para rever procedimentos em situações de stress e reagrupamentos. Pelas 19 horas terá lugar uma reunião geral para Controladores, Chefes de Troço e Comissários de Estrada. Estes encontros têm lugar na Escola Dr.Horário Bento de Gouveia.

Entrega de material com cumprimento de regras sanitárias

Já começou a ser entregue o material aos concorrentes inscritos no RVM 2020. As entregas serão efetuadas na Escola Dr. Horácio Bento de Gouveia, durante o fim-de-semana. Neste processo estão a ser seguidas todas as recomendações das Autoridades de Saúde: medição de temperatura, uso de máscara, uso de desinfetante e distanciamento social.  O material entregue aos concorrentes inclui: Conjunto de cadernos de itinerários, conjunto de mapas, identificativos para os condutores e os elementos da assistência, placa de assistência e placa auxiliar, números de competição, autocolantes de publicidade e informações importantes para as verificações documentais, técnicas e para o Parque de Assistências.  

Lendas do RVM: Ferrari 308 GTB

A mítica Ferrari venceu o Rali Vinho da Madeira em 1962 com o não menos endeusado 250 de Horácio Macedo mas seria o 308 GTB a cativar o numeroso público local. Aproveitando a homologação em grupo 4 do modelo para pista, o concessionário francês da marca italiana decidiu apostar na sua utilização em ralis de asfalto. Nesse contexto, Jean-Claude Andruet esteve na Madeira e lutava pela vitória em 1981 quando foi forçado a desistir devido a um problema com o combustível. Nem por isso, o modelo com as belas linhas de Pininfarina deixou de integrar a galeria dos clássicos do evento. O Ferrari 308 GTB foi produzido entre 1975 e 1985 e tinha um comprimento de 4,22m, altura de 1,12m e largura de 1,72m. O motor colocado centralmente na traseira era de 8 cilindros em V com 2.927 cc e debitava em competição cerca de 315 cavalos. Uma das suas características ímpares era dispor de uma carroçaria em fibra de vidro que ajudava a limitar o peso a 1050 kg.

Lutar pela vitória

José Pedro Fontes alinha neste Rali “com os mesmos objetivos de sempre, ser primeiro entre os concorrentes para o campeonato de Portugal e tentar lutar pela vitória absoluta. Se ganhar à geral, ganho também para o CPR. Desde 2014, só em 2019 não fui o melhor entre os concorrentes nacionais, venci o rali a nível absoluto em 2016 e quero manter essa tendência. Vou encarar a prova  nessa perspetiva. Não será fácil pois a concorrência é muito forte e os pilotos madeirenses são claramente favoritos”. Fontes tem 44 anos de idade e estreou-se nos ralis em 1997 com um Seat Ibiza GTI. Manteve-se fiel ao modelo até ao final de 199 mas desde então tem estado a representar várias marcas oficialmente e esteve ao volante de carros como o Fiat Punto Kit-Car, Renault Clio S1600, Fiat Punto S2000 e, mais recentemente, Citroën DS3 R5. Alinhou também noutras disciplinas em que conquistou vários títulos nacionais. Continua a representar a casa francesa, agora aos comandos de um Citroën C3 R5. Foi o vencedor do FIA Iberian Rally Trophy em 2016 e campeão nacional de ralis em 2015 e 2016.

Assinatura de Protocolo de Cooperação com a Câmara Municipal do Funchal

A Câmara Municipal do Funchal e a organização do Rali Vinho da Madeira assinaram esta manhã um protocolo de cooperação no qual a Câmara concede um apoio direto de 27.500€ e apoio logístico em termos de material e de pessoal. O Rali Vinho da Madeira é a 2ª Prova do Calendário FIA, pelo que, este ano, todas as atenções estão focadas nesta prova, sendo uma excelente oportunidade para projetar o Rali Vinho da Madeira, a Região e a cidade do Funchal. A maior preocupação da organização é garantir o sucesso do rali em termos organizativos, de segurança e em termos sanitários. José Paulo Fontes presidente da comissão organizadora e Miguel Gouveia, presidente da Câmara Municipal do Funchal são unânimes nos apelos aos espectadores e ao público em geral que têm grande responsabilidade. Segundo Miguel Gouveia “Temos que continuar a ser exemplo de bom comportamento e de confiança uns nos outros. Está nas nossas mãos transmitir essa confiança lá para fora”.  

Lendas do RVM: Adartico Vudafieri

Adartico Vudafieri foi um dos nomes que rimou durante algum tempo com velocidade na Madeira. Na transição entre os anos 1970 e 1980, o italiano esteve no Rali Vinho da Madeira em quatro ocasiões sempre ao volante do cúbico mas competitivo Fiat 131 Abarth. Em 1979 foi segundo atrás de Tony Fassina no competitivo Lancia Stratos mas em 1980 vingou-se e pode abrir o champanhe da vitória na Avenida Arriaga, frente à sede do Club Sports da Madeira. Adartico Vudafieri nasceu em 1950 perto de Veneza e começou a participar em ralis em 1973 com um Simca Rallye 2. Nos dois anos seguintes utilizou um Porsche de grupo 3, viatura com que foi terceiro no troféu nacional de ralis.  Passou depois para os comandos de um Lancia Stratos mas foi com o Fiat 131 Abarth que foi campeão italiano de ralis em 1978 e 1980 e campeão europeu em 1981. Em 1982 e 1983 defendeu, sem grandes resultados, as cores da Lancia Martini com o 037. A bordo de uma dessas viaturas seria campeão italiano open em 1984. Retirou-se da competição pouco depois.

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