Lendas do RVM: Lancia Delta S4

O Lancia Delta S4 foi o carro mais potente que alguma vez passou pelo Rali Vinho da Madeira. O modelo italiano era um dos “monstros” do grupo B e permitiu a Fabrizio Tabaton, sobretudo após o abandono de Carlos Sainz, não conhecer oposição na caminhada para aquele que seria o seu primeiro triunfo na ilha. A meio da década de 1980, o S4 impressionava pela sua eficácia. Após a aposta no 037, a Lancia decidiu se converter à tração integral para fazer face à concorrência e em 1985 apresentou o Delta S4 com uma carroçaria em que a função prevalecia sobre a estética e que resultava de muitas horas em túnel de vento. O motor, central traseiro, era de quatro cilindros em linha e tinha 1.759 cc e ostentava um sistema de sobrealimentação duplo, com compressor volumétrico para a entrega de binário a baixa rotação e um turbocompressor para a potência em alta. Oficialmente debitava 480 cavalos mas fontes informais garantem quase mais 80 cavalos. Foi concebido a privilegiar a rapidez de assistência e com materiais que permitiram ter 950 kg, 10 abaixo do mínimo regulamentar.

Vinho Madeira para os campeões do RVM 2020

Os concorrentes vencedores do Rali Vinho da Madeira 2020 serão presenteados com uma garrafa de vinho Madeira, iniciativa do Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira e de 3 empresas do sector. Para o piloto e copiloto que subirem ao primeiro lugar do pódio a Justino’s Madeira Wines, S.A irá oferecer 2 garrafas de Boal 1964.  Para o 2º Classificado a Vinhos Barbeito (Madeira), Lda irá oferecer 2 garrafas TN 20 anos do projeto Ribeiro Real e para o 3º classificado a Madeira Wine Company, S.A. escolheu 2 garrafas de Blandy's 10 anos Bual. O Vinho Madeira sempre esteve associado a grandes momentos, a subida ao pódio do top 3 vencedor do RVM 2020 será com certeza um desses grandes momentos.

Um Rali diferente, num mundo diferente

Decorreu esta manhã uma reunião de trabalho entre a Comissão Organizadora do RVM e responsáveis da Secretaria Regional da Saúde e Proteção Civil. Em cima da mesa, esteve em análise o Plano de Contingência preparado pela organização para a prova deste ano.  O Secretário Regional da Saúde e Proteção Civil acredita que este será um Rali diferente, porque vivemos num mundo diferente. Pedro Ramos defende que a Madeira tem condições epidemiológicas e sanitárias favoráveis e mais uma vez o povo da Madeira vai dar o bom exemplo, cumprindo as regras. As duas instituições reunidas têm uma preocupação em comum: garantir que o RVM 2020 seja um rali seguro tanto na estrada, como fora.   José Paulo Fontes, Presidente da Comissão Organizadora, não deixa de salientar o trabalho desenvolvido pelas Autoridades de Saúde no combate à pandemia. A organização tem duas prioridades: a segurança dos espectadores e concorrentes e preparar a prova em termos de competição garantindo o brilho dos anos anteriores. Esta edição do RVM poderá ser uma imagem de marca, refletindo o bom trabalho feito na Madeira, mas tal só será possível com a ajuda de todos. A par da reunião, a comissão organizadora apresentou o Passa-montanhas do RVM 2020, trata-se de um acessório versátil, que estará à venda na Boutique do Rali na Avenida Arriaga.

Lendas do RVM: Jean-Pierre Nicolas

Jean-Pierre Nicolas foi o primeiro piloto estrangeiro a vencer a Volta à Ilha da Madeira, antiga denominação do Rali Vinho da Madeira. O francês conseguiu tal feito com Renault R8 Gordini em 1967, altura em que a prova madeirense dava os seus primeiros passos na internacionalização de um evento concebido também como veículo promocional do destino turístico. Nicolas era um piloto que gostava de provas longas e duras e a prova madeirense era uma das difíceis de então. Jean-Pierre Nicolas nasceu em 1945 e estreou-se nos ralis em 1963 como co-piloto do seu pai. Passou para o volante no ano em que esteve presente na Madeira. Em 1970 começou a tripular Alpine A110 e foi com esse modelo que foi campeão do seu país em 1971. Em 1973 iniciou uma longa ligação à Peugeot que só terminou em 1984 depois de ter sido um dos pilotos que desenvolveu e estreou o Peugeot 205 Turbo 16. Ganhou cinco ralis do campeonato mundial e é, a par de Hannu Mikkola, um dos pilotos a ter ganho as três etapas africanas daquela competição, Marrocos, Quénia e Costa do Marfim. Hoje é consultor de marcas e competições.

Lutar pelo pódio

Bruno Magalhães arranca para esta edição do Rali Vinho da Madeira disposto “a tentar lutar pelo pódio. Julgo que, se o conseguir, serei o primeiro piloto a o conseguir em nove ocasiões. O meu objetivo na Madeira era, por norma, tentar discutir a vitória mas desta vez temos também de pensar no Campeonato de Portugal de Ralis. Nesse contexto, a nossa principal meta é ser os melhores entre as equipas inscritas nessa competição. Para além disso, os pilotos madeirenses estão muito rápidos”. Bruno Magalhães tem 40 anos de idade e começou nos ralis em 1999 com um VW Golf GTi. Até 2001 tripulou algumas versões de Mitsubishi Lancer em 2002 iniciou uma longa ligação à Peugeot que haveria de terminar apenas em 2015 após tripular vários modelos. Passou pelos comandos de um Ford Fiesta R5, duas temporadas com Skoda Fabia R5 e, desde o começo de 2019, com um Hyundai i20 R5. Venceu o Rali Vinho da Madeira quatro vezes (2011, 2012, 2014 e 2015), foi campeão nacional em três anos e ainda vice-campeão europeu em 2017

Lendas do RVM: Fabrizio Tabaton

Na segunda metade da década de 1980 e começo da seguinte, o nome de Fabrizio Tabaton era um dos sinónimos de Rali Vinho da Madeira. O piloto venceu no seu ano de estreia, 1986 com o Lancia Delta S4, e ainda seria o primeiro em 1990 e 1991, então com um Lancia Delta HF Integrale. Subiu ao pódio também em 1989 quando foi segundo atrás de Yves Loubet. A sua condução não era espetacular mas o italiano mostrou-se sempre muito eficiente nas estradas da ilha. Fabrizio Tabaton nasceu em 1955, filho de outro piloto, Luigi Tabaton, que era proprietário da escuderia Grifone, que sempre representou. Iniciou-se nos ralis  com um Lancia Fulvia em 1974 e em 1976 passou a dispor de um Lancia Satros, viatura que manteve até 1982. Pelo meio conduziu um Autobianchi A112 Abarth, modelo com que ganhou o respetivo troféu em 1978. Tripulou durante grande parte da sua carreira viaturas do grupo Fiat como o Fiat Ritmo, o Fiat 131 Abarth ou o Lancia 037 e no começo do milénio esteve ligado à Toyota. Foi campeão italiano em 1987 e europeu em 1986 e 1988.

Dar o nosso melhor

Miguel Nunes arranca para o Rali Vinho da Madeira com a determinação de “dar o nosso melhor. Na Calheta obtivemos um bom resultado mas temos vindo a trabalhar e a melhorar de forma a estarmos ainda mais fortes. É muito difícil apontar um resultado final como objetivo pois a concorrência é muito forte mas queremos estar na luta pelas primeiras posições. Não partimos com qualquer tipo de pressão e dispomos de um bom carro, no qual verificaremos se os pequenos ajustes que fizemos resultaram”. Hoje com 39 anos de idade, Miguel Nunes iniciou-se nos ralis com um Citroën C2 em 2005. Ano e meio depois passou a utilizar um Peugeot 206 S1600 e em 2009 um Peugeot 207 S2000. Entre 2011 e 2014 esteve aos comandos de um Mitsubishi Lancer Evo X e de 2015 a 2017 participou esporadicamente em ralis com um Ford Fiesta R5. Nos dois últimos anos conduziu um Citroën DS3 R5 e um Hyundai i20 R5 e esta temporada dispõe de um Skoda Fabia R5 Evo. Miguel Nunes obteve três títulos regionais absolutos, em 2010, 2012 e 2014.

Lendas do RVM: Porsche 911 SC

Depois de dominar no final da década de 1980, a Porsche esteve em alta no Rali Vinho da Madeira no começo dos anos 1980. O modelo utilizado nessa fase era o Porsche 911 SC, uma evolução notória do primeiro modelo. As linhas intemporais do carro germânico e o som inconfundível do motor de 6 cilindros horizontais opostos não deixavam nenhum espetador indiferente. Na prova madeirense, o 911 SC subiu duas vezes ao pódio com o belga Patrick Snijers e conseguiu a vitória em 1984 com Henri Toivonen. Homologado em 1982, o Porsche 911 SC ostentava na traseira um vistoso aileron e dispunha de uma carroçaria alargada que permitia a existência de vias mais largas. O motor, sempre montado na traseira da viatura, era agora de 2.994 cc e debitava pouco mais de 300 cavalos para os 990 kg do carro em grupo 4 e, depois, 1.160 em grupo B. Numa fase em que existiam carros muito mais eficientes, o Porsche 911 SC não conseguiu obter nenhum título importante nos ralis.

Lendas do RVM: Carlos Sainz

Carlos Sainz não venceu o Rali Vinho da Madeira quando esteve presente na ilha mas a sua condução jamais foi esquecida pelos madeirenses. O piloto espanhol participou na edição de 1986 com um Renault 5 Turbo Maxi e foi o único a bater em algumas ocasiões o futuro vencedor do evento, o italiano Fabrizio Tabaton num Lancia Delta S4. Sainz entusiasmou todo o público com o seu desempenho numa viatura de tração traseira mas viria a desistir, sensivelmente a meio da prova, devido a um princípio de incêndio na viatura com as cores da filial espanhola da Renault. Hoje com 58 anos de idade, Carlos Sainz iniciou-se no automobilismo em provas de velocidade e só em 1980 deu os seus primeiros passos nos ralis. A Madeira figurou nas primeiras internacionalizações do piloto de Madrid que, também em Portugal mas em 1987, começou a impressionar no WRC. Passou depois por inúmeras marcas e muitos modelos de viatura até deixar os ralis em 2005. Pelo caminho, foi campeão mundial em 1990 e 1992 e já havia sido campeão de Espanha em 1987 e 1988. Atualmente é consultor de vários construtores no desenvolvimento de novos modelos de competição.

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