É já amanhã, 3 de agosto, que vais para a estrada a 64ª edição do Rali Vinho da Madeira, organização do Club Sports da Madeira que se prolonga até sábado, 5 de agosto, e prevê a disputa de 15 classificativas, divididas em duas etapas. Com uma lista de 85 inscritos, o evento promete muita animação nas bonitas estradas da ilha, sempre emolduradas pelos muitos espetadores que fazem sempre questão de acorrer àquela que muitos apelidam a Festa. Desportivamente, são muitas as razões para acreditar que este será um rali muito competitivo. Coo favorito surge o vencedor da edição transata e recordista de triunfos, Alexandre Camacho, com um Skoda Fabia Rally2 Evo. No entanto, são muitos os nomes, adentro de um lote de 22 pilotos com viaturas Rally2, que detêm potencial para subir ao degrau mais alto do pódio na tarde de sábado na baixa do Funchal, cidade anfitriã da prova. Em luta pelo triunfo absoluto estarão, entre outros, Giandomenco Basso, Miguel Nunes, Kris Meeke, José Pedro Fontes, Armindo Araújo, Ricardo Teodósio, Simone Campedelli num rol que junta pilotos com provas dadas internacionalmente aos principais protagonistas dos campeonatos nacional e regional da modalidade. O interesse desportivo do evento surge também garantido em toda a extensão da caravana pois são muitos os concorrentes com hipóteses de se impor em disputas como a da classificação reservada aos pilotos com viaturas de duas rodas motrizes ou na Peugeot Rally Cup Ibérica, competição monomarca que inscreve 18 formações. O primeiro dia de competição do Rali Vinho da Madeira tem início às 08:30 com o Free Practice, sessão de reconhecimentos e treinos para o Qualify, sessão cronometrada que permitirá aos mais rápidos escolherem a sua ordem de partida. O rali, propriamente dito, tem início com a cerimónia de partida às 16:00, na Praça do Povo, e a disputa de Cidade do Funchal, classificativa-espetáculo citadina a que acorrem várias dezenas de milhar de entusiastas.

O Rali Vinho da Madeira integra o FIA European Rally Trophy, competição instituída pela FIA, federação internacional de automobilismo, que em 2023 sofreu uma profunda remodelação. O número de eventos foi bastante reduzido e o calendário apresenta agora 19 provas, com um limite máximo de 2 por cada país. Até agora foram disputados os ralis Valasska (Chéquia), Terras d’Aboboreira (Portugal), Ain Jura e Antibes (França), Cesky Krumlov (Chéquia), Chablais (Suíça), INA Delta (Croácia), Donegal (Irlanda) e Weiz (Áustria). A segunda metade da temporada integra os ralis Vinho da Madeira (Portugal), Rzeszow (Polónia), Ulster e Ceredigion (Reino Unido), Bulgária, Slask (Polónia), Sérvia, Nova Gorica (Eslovénia), Valais (Suíça) e Lausitz (Alemanha). A nova fórmula deste troféu, que se pretende de charneira entre os campeonatos nacionais e o ERC e WRC, prevê um sistema de pontuação revisto e em que são bonificados os pontos atribuídos consoante o número de concorrentes presentes em cada um dos escalões numa prova. Tal poderá permitir que um piloto com uma viatura Rally4 possa bater nas contas finais um adversário com um mais competitivo Rally2. É isso mesmo que acontece nesta altura pois na frente do troféu vai o checo Rene Dohnal que, com um Peugeot 208 Rally4, somou pontos nos dois ralis disputados no seu país e ainda na Croácia e Áustria. Na segunda posição segue o espanhol Edgar Vigo Lopez, que tripula uma viatura idêntica à do líder e cuja pontuação resulta das presenças nos ralis Terras d’Aboboreira, Ain Jura, INA Delta e Weiz. Os terceiros são os checos Jan Kopecky e David Stefan, com o somatório logrado nas duas provas cumpridas no seu país natal. Classificação: 1º Rene Dohnal, 294; 2º Edgar Vigo Lopez, 177; 3º Jan Kopecky e David Stefan, 162; 5º Nikola Mishev, 159; 6º Karel Trojan, 102; 7º Kevin Marzolo, 96. Estão classificados 198 pilotos.

As novas tecnologias cada vez mais moldam os ralis, o seu formato e vários procedimentos. No campo tecnológico, há já alguns anos que o GPS é uma ferramenta muito importante para as equipas e para os organizadores, mormente no domínio da segurança. No Rali Vinho da Madeira são utilizados os sistemas Spica e Stella, serviços GPS e de comunicação cujo equipamento e software foram desenvolvidos pela espanhola Anube. Nos reconhecimentos foi utilizado o Spica, que vem sendo usado nas provas do campeonato regional da modalidade. Este sistema permite saber a todo o momento o posicionamento das viaturas bem como verificar a velocidade atingida e o respeito pelas regras de circulação rodoviária. As infrações poderão ser penalizadas de forma pecuniária assim como através de sanção desportiva. No rali propriamente dito e nas viaturas de competição, será utilizado o Stella, sistema vigente no Campeonato de Portugal de Ralis, Este permite uma maior precisão no posicionamento, nomeadamente através da colocação de uma antena dedicada. Para além disso, o sistema permite inúmeras capacidades de comunicação entre a direção de prova e os concorrentes, em ambos os sentidos. As viaturas de segurança do rali também usam sistema de localização. Maiores informações podem ser obtidas aqui.